dezembro 29, 2021

Revivendo a Mudança de Vida

Este ano, o Natal foi também um momento de regresso a casa, não só a casa física dos meus pais, mas também a uma casa que me acolheu durante mais de 10 anos. 

Para quem não sabe, "na minha vida anterior" fui psicóloga numa Instituição que recebe crianças e jovens que, por várias razões, não podem viver com as suas famílias biológicas. Durante os 10 anos que trabalhei lá, muitas vezes senti impotência e a sensação de que não conseguia fazer a diferença. Estava num dos lugares onde mais oportunidade tinha de mudar o mundo, mas este mundo era demasiado grande e pesado para mim e parecia não mover-se uma palha, apesar do meu esforço, energia e visão tão idealizada de jovem. Precisava de construir o mundo que queria ver e onde queria viver, alinhado com a minha essência e com aquilo em que acreditava. Por isso ainda hoje viajo muito, conheço pessoas e formas de vida diferentes. Penso que é nessa troca de experiências que vamos abrindo a mente, vendo que existem milhares de alternativas ao nosso percurso e nos vamos também (re)construindo ao longo da vida.

Sempre fui muito acarinhada, mas só depois de ter saído é que comecei a perceber a forma como me lembravam, com um grande carinho e saudade. Há quem ainda hoje recorde episódios significativos que teve comigo na sua infância / juventude e aquece-me muito o coração saber que tive o privilégio de fazer parte da vida de muitas destas crianças e adultos e de ter podido deixar a minha marca, por pequena que seja.
Muitas vezes subestimamos o que fazemos, porque não vemos resultados milagrosos, mas a construção profunda caminha lentamente.

Em honra aos velhos tempos, neste período de Natal levei um grupinho antigo da Instituição a passear.
Assisto em mim uma paz com o meu percurso e uma vontade de integrar estes vários mundos que fui conhecendo, que parecem ter linguagens tão diferentes e que nem se tocam, mas que têm muito em comum e podem aprender uns com os outros, assim como eu tenho aprendido.
Afinal, talvez não existam vários mundos, mas um mundo só com muitos olhares e interpretações e a nossa evolução acontece quando os começamos a compreender e a integrar.
Ao mesmo tempo que assisto a uma dissociação. Já não sou mais aquela menina e estes últimos anos têm-me feito crescer muito. Sou uma borboletinha que não conseguiria voltar a viver feliz numa única gaiola, mas sabe muito bem entrar e sair, sabendo que a porta está aberta. Penso que é quando podemos ser a melhor versão de nós mesmos, quando nos sentimos livres. Porque o amor é também ele livre e cresce quanto maiores são as suas asas ❤️

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Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.