novembro 30, 2021

A nossa viagem a Marraquexe

Mercado das especiarias Marraquexe
A nossa viagem a Marraquexe aconteceu fruto duma promoção da Ryanair. Já queríamos visitar há algum tempo e a promoção deu-nos o timing para finalmente a fazermos. 

Vou partilhar o que visitamos na nossa viagem de 4 dias, algumas dicas práticas em termos de voos, alojamento, alimentação, tours, costumes, principalmente se viajas enquanto mulher, e algumas reflexões pessoais. Não me focando, como já é habitual, tanto nos lugares turísticos (para isso já existem excelentes blogues de viagens), mas mais na minha experiência pessoal e no que senti e refleti. Acima de tudo, as minhas partilhas são um reflexo do meu olhar e não pretendem ser, em nenhum momento, uma enciclopédia de viagens. 

Aconselho-te ainda a visitares o blogue dos nossos amigos do Viagens Mais pra Lá, que nos deram várias dicas importantes para a nossa viagem.

Se quiseres podes aceder às stories da nossa viagem a Marraquexe do Instagram. Partilhei por lá muito do que foi acontecendo e fomos sentindo ao longo da nossa viagem.


Voo

O nosso voo foi pela Ryanair e custou apenas 10€.

Como nós os dois trouxemos apenas estas duas mochilinhas, não pagamos mais nada de bagagem. Do aeroporto ao hotel tivemos um transfer oferecido por uma promoção do Booking e no regresso, como estávamos tão leves, fomos a caminhar do centro de Marraquexe ao aeroporto e não pagamos bus ou táxi. É só 1h15 a pé e nesse trajeto ficamos a conhecer bairros muito locais. Sentimo-nos sempre muito seguros e apreciados! No minimalismo poupa-se muito 😁👌

Normalmente estas promoções aparecem 1 a 2 meses antes da viagem. Estes preços de promoção não são em todas as datas, por isso às vezes o desafio é coincidir com a data em que se quer ir, mas havendo flexibilidade fica fácil.

Se subscreveres a newsletter das companhias aéreas, receberás as promoções. É assim que vou sabendo das boas oportunidades.

Mochila de viagem minimalista


Documentação exigida

Para entrar em Marrocos precisamos de passaporte com validade de pelo menos 6 meses.

Na altura ficamos tão entusiasmados com o preço dos voos e dos hoteis, que nem nos apercebemos que Portugal estava na lista dos países que pedia certificado de vacinação covid + o teste PCR negativo para entrar em Marrocos. Isto foi logo uma grande desvantagem, porque tivemos que fazer este teste, que ainda é caro. Fizemo-lo na Cruz Vermelha por 60€/pessoa.


Alojamento

Nós queríamos ter a experiência de ficar numa Riad, que no fundo são as casas antigas na Medina, equivalentes ao nosso turismo de habitação. É habitual estas casas terem pátios interiores lindíssimos no centro e os quartos à volta. 

Dada a situação de pandemia em que vivemos, havia imensas promoções fabulosas de última hora nas Riads, tendo chegado a haver quartos duplos com casa de banho privativa por menos de 30€/noite. E como a oferta era muita e havia alojamentos com tanto glamour, optamos por passar duas noites na Riad Kech Soul & Spa e duas noites na Riad Losra. Um pouco afastadas do centro, mas em bairros muito interessantes.

Gostamos das duas, mas gostamos bastante mais da segunda, essencialmente porque o quarto que nos atribuíram era melhor. A primeira tem um terraço no telhado muito bonito, mas é mais pequena e, por isso, os quartos quase sem luz natural. Na segunda o quarto era maior e melhor. Para além disso gostamos muito do bairro onde se situa a última Riad, que é muito residencial e local.

Comum às duas Riads, e às pessoas com quem nos fomos cruzando em Marrocos, há muita vontade de agradar e de servir bem. Sentimo-nos muito acarinhados.

Riad Losra


Moeda

Uma dica que os Viagens Mais pra Lá nos deram antes de irmos, foi de levantarmos dinheiro apenas no Banco BMCI, porque não cobra taxas.

Muito agradecemos aos nossos amigos Ana e João por esta dica valiosíssima!


Internet

No aeroporto, à saída do avião, há umas lojinhas para a internet onde oferecem um cartão SIM e, para carregar com internet, o mínimo é de 10GB por 10€. O rácio é mais ou menos de 1€/GB e pode-se pagar em euros.


Tours que fizemos

Uma das coisas que mais gosto de fazer é de observar as pessoas e as dinâmicas familiares, principalmente quando se trata duma cultura tão diferente da nossa, por isso privilegiamos muito mais o contacto direto e a observação das pessoas locais do que os tours muito turísticos.

No entanto, encontramos duas tours que fizemos e gostamos muito!


Visita à cidade antiga de Marraquexe

Explorámos a cidade antiga de Marraquexe com um guia local, através da plataforma GuruWalk. Uma visita que durou mais de 4 horas e nos levou a sítios que não saberíamos ir sozinhos. Esta plataforma é muito interessante, porque publicita tours feitas por locais e funciona por donativo, pelo que cada turista poderá pagar em função do seu budget e da visita em si.

Souk Marraquexe


Tour ao deserto e montanhas do Atlas

Fomos ainda às montanhas do Atlas e ao deserto Agafay com dois guias locais, através da plataforma de experiências do Airbnb. Marcamos a tour na noite anterior, em promoção, e pagamos apenas 19€/pessoa por um tour de dia inteiro, numa carrinha pequena com apenas meia dúzia de turistas. Foi espetacular, porque como éramos poucos podíamos ficar mais ou menos tempo onde queríamos e inclusivamente permitiram-nos parar numa aldeia por onde estávamos a passar, que gostamos, e que não estava no roteiro. Também por sermos poucos foi possível fazer mil e uma perguntas sobre a cultura e religião muçulmana, sobre os berberes e uma parte da tour foi mesmo conduzida por um berbere das montanhas.

Montanhas Atlas Marraquexe

Fiquei espantada com as paisagens verdes que fomos encontrando ao longo do caminho. Neste lado das montanhas há mais água e mais verdura. Visitamos a aldeia berbere Imlil e a sua cascata e almoçamos num restaurante com vista para a montanha.

Cascata Imlil Marraquexe

Depois de toda esta visita, o guia levou-nos ainda a uma zona do outro lado das montanhas, com uma paisagem muito diferente: muito árida. Nessa zona havia dromedários e estava incluído um passeio pelo deserto de areia. Quis ver as condições em que os animais viviam e aparentemente estavam muito bem cuidados, sem sinais de feridas ou de maus tratos, mas depois apercebi-me que no passeio eles vão todos em fila, com uma corda que tem muito pouca distância do animal da frente, que nem sequer lhes permite virarem a cabeça para trás. Claro que para ser seguro as pessoas sem experiência andarem nos animais, é preciso ter os animais mais controlados, mas questiono-me quantas horas por dia eles estão naquela posição, sem poderem mover muito a cabeça, a terem que se baixar e levantar de cada vez que há um freguês novo. Algum de nós escolheria aquela vida para si?


Por outro lado, no meio de tanta pobreza que vimos na cidade de Marraquexe e de como pessoas e animais são tratados em muitas situações, acabamos por relativizar as coisas. De facto, nesta cultura e no universo de coisas que vimos, estes animais estavam bem tratados. Mas não queria deixar de escrever sobre o Turismo Ético e Responsável e sobre este poder que cada um de nós tem no que escolhe consumir. Lembremo-nos de que cada escolha nossa do dia-a-dia está a construir o mundo onde queremos viver.


O saldo deste tour foi excelente! Foi mesmo um privilégio ter tido a oportunidade de passar um dia inteiro com dois guias locais tão dedicados e ver uma realidade tão diferente da cidade da Marraquexe, com mais espaço, pessoas mais tradicionais e mais verde.


Outros locais que visitamos

Praça Jeema El Fna

Adorámos o movimento desta praça, especialmente ao final do dia!

As pessoas juntam-se todos os dias aqui. Fazem música, artes, jogos populares, comem e bebem. Para nós que somos do Porto, isto é um São João todos os dias! 😁

Como em qualquer zona do mundo, sendo um local com muita gente e confusão é bom ir sem nada de importante ou valioso nos bolsos e nas carteiras. Desta forma pode-se parar nas rodas que fazem e apreciar as dinâmicas das pessoas e a cultura sem preocupações.

Nós adorámos apreciar este jogo, que consiste em tentar "pescar" a garrafa com uma cana de pesca e deita-la abaixo. Estivemos 30min a ver, mas ninguém conseguiu. É mesmo muito difícil!

Jeema El Fna, Marraquexe

Nesta praça e a esta hora do final do dia, fomos muito assediados para consumir nos restaurantes, às vezes duma forma mesmo invasiva. Só nos sentimos incomodados nesta praça, e são comportamentos de apenas alguns locais. Do que nos apercebemos esta realidade tem vindo a mudar, mas obviamente que em zonas muito turísticas somos sempre mais interpelados para comprarmos do que noutras zonas. Aqui o melhor é não passar muito junto aos restaurantes e responder que já comemos, por exemplo, e seguir sempre. 

Outra questão a ter em atenção é que se tirarmos fotografias a alguma coisa que esteja a acontecer na praça vão-nos pedir dinheiro. Há macacos para se tirar fotografias, cobras, etc, e há sempre alguns locais cuja missão é andar a ver quem tira fotografias e pedir dinheiro. Se não queres contribuir para a continuação da exploração destes animais, o melhor é não pegares neles nem tirares fotos 😊


Diour Jdad

Adorámos o bairro Diour Jdad, que percorremos acidentalmente para chegar à Riad Losra. Gostamos essencialmente porque é um bairro muito local e residencial, onde as pessoas se vestem de forma muito tradicional e éramos os únicos turistas na zona.

Como sempre, aquilo que nos fica mais na memória é o que encontramos por nós próprios e de forma surpreendente!


Souks

Souks são os mercados mais tradicionais dentro das Medinas. Vendem um pouco de tudo: especiarias, artigos de couro, peças de cerâmica, prataria, ... São autênticos túneis de lojinhas, onde facilmente perdemos o norte. Andar aqui é uma experiência espetacular!

Souk Marraquexe

Cidade nova Marraquexe

Fizemos questão de ir visitar a parte nova da cidade, depois do motorista do nosso tour ao atlas nos ter dito que o sonho dele é um dia ir viver para lá com a sua família. (Às vezes eu faço estas perguntas às pessoas e fico a saber dumas coisas muito interessantes 😁)

A parte nova da cidade de Marraquexe é uma realidade completamente diferente da parte antiga! Muito mais moderna, com lojas multinacionais, este chão da praça (foto abaixo), vivendas com ótimo aspeto, carros de gama alta, mulheres com roupas mais claras e com lenços de seda, pessoas com comportamentos aparentemente menos tradicionais e mais parecidos com os nossos... Parece um outro país! Um mundo completamente diferente!

Confesso que me chocou esta disparidade de realidades, caminhando apenas 15-30 minutos de um sítio para o outro...

Cidade nova Marraquexe


Segurança

Sentimo-nos muito seguros a andar na rua, em todo o lado, mas claro, como em qualquer lado, é importante ter cuidado nas zonas turísticas e com muita gente, como a praça principal Jeema El Fna. 

Outra regra é não aceitar ajuda quando tentarem adivinhar de que país vocês são, ou quando vos perguntarem para onde querem ir e quiserem levar-vos a algum lado. No final muito provavelmente vão pedir-vos dinheiro.

De resto, sentimo-nos sempre muito seguros. As pessoas são muito simpáticas e acolhedoras e parece-me que a religião tem realmente aqui um peso muito grande no condicionamento do comportamento das pessoas.


Alimentação

Nós comemos bastante bem e barato, à volta dos 8€ por pessoa, em média.

Destaco o La Cantine des Gazelles como uma alternativa com pratos mais ocidentais e o Gargot como alternativa de pratos mais locais como o Tajine. Foram-nos recomendados os bowls vegetarianos do Fine Mama, mas já não tivemos tempo de os experimentar. 

Uma das coisas que fazemos sempre quando estamos em locais desconhecidos é ir ao Google Maps e pesquisar restaurantes com boa pontuação à nossa volta e tem funcionado bastante bem.

La Cantine des Gazelles, Marraquexe

Cuidados a ter com a alimentação

Compro a água sempre engarrafada, ou fervida, ou filtrada. No entanto, hoje em dia, mesmo na comida de rua, já usam gelo com água filtrada para os sumos, especialmente em zonas turísticas, por isso é uma questão que está cada vez mais pacífica. Eu bebo sumos naturais na rua e nunca tive problemas, mas escolho fazer isso apenas em zonas turísticas.

Os maiores distúrbios intestinais que tive foram em hotéis e restaurantes para turistas. A comida de buffet está muito sujeita a contaminação, por isso não se fiem que lá porque é no hotel não vão ter problemas... O nosso segredo é comer sempre comida que está a ser feita na hora, ao lume, já que o fogo mata qualquer bichinho. E, para comer comida ao lume, nada melhor do que a comida de rua! Desde que comecei a comer comida de rua nunca mais tive problemas 😂 irónico, mas é verdade! Eu como em qualquer lanchonete de rua, desde que a comida esteja a ser feita na hora.

Tajine


Religião e Costumes

Comecei a ter muita curiosidade sobre a religião Muçulmana a partir do momento em que pus, pela primeira vez, os pés num país muçulmano e dei de caras com pessoas totalmente diferentes da imagem que fazia delas, do que ouvia da televisão. Mais recentemente tenho vindo a descobrir muitas similaridades com a nossa cultura e o nosso passado. 

Sei que é um tema sensível e que se calhar temos muito pouco conhecimento para falar dele, e por isso mesmo tenho o pequeno sonho de viver por uns meses numa família tradicional muçulmana, para perceber melhor esta cultura, que à primeira vista não me fez sentido nenhum, mas que aos poucos me mostra que em cada coisa que não entendemos existe algo importante que precisamos de apreender.


Viajar como mulher em países muçulmanos

Sendo um país muçulmano, penso que é bom ter atenção à roupa que se leva e à forma como nos comportamos, especialmente enquanto mulheres. Há mulheres ocidentais que até levam lenços para pôr na cabeça. A ideia é boa, mas pessoalmente eu sentir-me-ia a tentar ser alguém que não sou e não me sentiria confortável. Pelo menos é assim que me sinto hoje. Quem sabe no futuro posso sentir-me de outra forma. Estamos sempre a crescer e a desenvolver 😊

Os olhares são intensos e fazem-me sempre alguma confusão no início. Tenho vindo a aperceber-me que nestas culturas o olhar diz muita coisa e é uma linguagem que nós, ocidentais, sabemos muito pouco. Na ausência de outras partes do corpo à vista, os olhos acabam por ser o número um em termos de comunicação e sedução.

Mas passado um ou dois dias habituo-me e isso deixa de me causar insegurança. Parece-me que a religião tem um papel bastante importante e exerce um controlo grande sobre a população neste tema também.

Como turistas, ninguém nos pede as mesmas "regras de conduta" que são "pedidas" às mulheres muçulmanas. Na verdade nós somos muito admiradas e podemos quase tudo mas, por respeito à cultura, pela minha vontade de me integrar e para evitar situações de assédio indesejado, faz-me sentido vestir-me e comportar-me da forma mais neutra que consigo.

Tentar perceber como e porque é que as coisas funcionam de determinada forma e tentar encaixar faz também parte da viagem e da experiência cultural, até porque só o facto de sermos estrangeiras já está, em si, a adulterar toda a experiência que temos com a cultura.


Mudanças no papel da mulher na sociedade

O Mundo está em mudança e as mulheres muçulmanas também.

Foi-nos dito que as mulheres têm ganho cada vez mais espaço no mundo do trabalho, especialmente nas áreas da educação e bancária, o que está a originar um pedido de "igualdade no acesso ao trabalho" por parte dos homens...

O acesso à internet tem desafiado muito as famílias mais conservadoras. Há uma liberalização cada vez maior dos costumes.

Honro cada conquista que elas têm vindo a fazer e abraço-as nesta luta pelos seus direitos, não esquecendo, ao mesmo tempo, o preço que a libertação e o "desenvolvimento" têm. Como sempre, não há mudança sem perda e dor. Cabe a cada um de nós ter o direito de decidir, em consciência, para onde quer evoluir. 


Reflexão da viagem: o que mais e menos gostamos

O que mais gostamos foi deste voltar atrás no tempo. Ver as crianças a brincarem na rua, adultos que fazem jogos e convivem na rua, as famílias tradicionais, o comércio local a funcionar. As pessoas estão muito ativas, riem-se muito, socializam muito entre elas. Um país de "pessoas quentes" 😊

Gostamos muito também de ter tido a oportunidade de fazer a tour às montanhas e conhecer uma outra realidade. As pessoas comportam-se e vestem-se de forma muito diferente e dá-nos um panorama bem mais diversificado da cultura.

Gostamos muito de saber que o Cristiano Ronaldo é muito querido em Marraquexe. Pelo que nos disseram, ele tem lá casa e financia vários projetos para a comunidade.


O que menos gostamos foi do facto de não haver passeios em grande parte da cidade antiga, o barulho e a poluição, a pobreza a que assistimos. A pressão para comprarmos nas ruas incomodou nalguns casos, mas bem menos do que imaginávamos. Reparámos também que se usa muito o açúcar e produtos muito industrializados, mesmo nos pequenos almoços.


Por ser um destino turístico pensámos que já estaria muito corrompido pelo turismo e igual a tantos países que se visita por aí, mas não. Ainda vemos as pessoas e bens a serem transportados por animais. Grande parte das ruas da cidade antiga não tem passeios para os peões e as lojas têm um aspeto muito rudimentar.

Gostamos muito de "olhar para trás" saudosos, mas depois pensamos: a que custo? Qual o preço do desenvolvimento / não desenvolvimento? O que está por detrás destes olhares, que muitas vezes nos parecem tão puros, genuínos, infantis até, que já não vemos nos dias de hoje nos países ditos desenvolvidos? O que se perde? O que se ganha?


Vale a pena visitar?

Acho que vale muito a pena visitar Marraquexe pela experiência cultural. Uma realidade tão rica e tão diferente aqui tão perto de nós! É impressionante!

E acho muito interessante levar as nossas crianças, para verem que existe um outro mundo muito diferente deste em que vivem aqui, a apenas 1h30 de avião. Dá que pensar...

Iremos, com certeza, voltar mais tarde para ficarmos um ou dois meses, talvez em Essaouira, que também ouvimos falar muito bem!


Quanto a nós, encontramo-nos na próxima viagem 😉


Beijinhos e abraços e sejam felizes!

Raquel

Digital Nomad, Blogger, Traveller, House & Pet Sitter

Overtrail.com

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Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.