novembro 01, 2020

A minha experiência nas Quatro Anas

Olá, bem-vindos! Escrevo para partilhar a minha experiência de um mês como voluntária na Quinta das Quatro Anas, em Valongo do Vouga, Aveiro.


Neste artigo vou partilhar:

  1. Como surgiu esta colaboração
  2. Apresentação da quinta
  3. Como foi a minha experiência de voluntariado
  4. O que mais gostei
  5. As dificuldades que senti
  6. O que aprendi com esta experiência
  7. Outras experiências de trabalho e de voluntariado

1. Como surgiu esta colaboração

Já conhecia a quinta das Quatro Anas pelo nome, porque a Diana administra um grupo de Facebook que eu sigo, o Rural Tribe. É um grupo focado na vida rural e que pretende, tal como eu, ajudar pessoas a moverem-se para as zonas rurais de Portugal.

Há algum tempo que tinha curiosidade em conhecer a Diana, a pessoa que está por detrás deste grupo e estabelecer alguma parceria com o nosso projeto Pure Portugal Holidays, já que temos a mesma missão.
Há uns dois meses atrás ela colocou no grupo que precisava de ajuda para o mês de Outubro e como eu ia para o Porto nessa altura, pensei logo que poderia ser uma boa altura para a conhecer e, ao mesmo tempo, ajudar na quinta.

Qual não foi o meu espanto quando fiquei a saber que outro casal que eu seguia online, a Matilde e o Miguel dos TravelB4Settle, estavam a organizar um evento residencial na quinta para nómadas digitais, logo na minha primeira semana de voluntariado. Isso é que foi um bónus!



2. Apresentação da quinta

A quinta das Quatro Anas é uma quinta familiar, que tem a missão de preservar a cultura e a tradição ao longo das gerações. Tem um alojamento rural, acolhe retiros de bem-estar, casamentos, eventos ao ar livre e experiências agrícolas.

Nesta quinta existe uma adega onde se produz o vinho. Faz-se queijo. Na horta tem, por exemplo, batata, cebola, pimentos, tomates, abóbora, beterraba, imensas árvores de fruto, ervas aromáticas, etc.
Falando de comida, acho que este é um dos pontos mais fortes da quinta, já que existe uma variedade enorme na produção e depois uma cozinha rústica onde se confecionam as iguarias para os eventos!
Falando dos animais, há galinhas, cabras, patos, gansos, coelhos, porquinhos da índia, cães e gatos.

Para conhecer um pouco mais sobre a quinta convido a visitar o site: https://www.quatroanas.com/



3. Como foi a minha experiência de voluntariado


As tarefas

Durante o meu mês de voluntariado estive responsável pelo espaço onde se acolhem os eventos, pelo espaço de experiências gastronómicas de produtos da quinta, acolhi hóspedes de Bed and Breakfast e ajudei a acolher o evento de uma semana de um grupo de nómadas digitais, cuidando dos facilitadores, dos participantes e do espaço.
Também ajudei noutras atividades da quinta, com os cães, a apanhar nozes e castanhas e a ajudar naquilo que fosse sendo necessário.
Aprendi algumas receitas com a Ana, a mãe da Diana, que tem uma mão para a cozinha fantástica! Em tudo onde que ela põe a mão fica delicioso!

Quem quiser saber mais sobre as tarefas que se podem fazer na quinta em regime de voluntariado, podem ver o anúncio das Quatro Anas na plataforma Workaway: https://www.workaway.info/en/host/465965911664
 


Acolhendo os TravelB4Settle, na 1ª Semana da Remote Tour Portugal

De bónus, tive a possibilidade de conhecer pessoalmente a Matilde e o Miguel dos TravelB4Settle e de me integrar nalgumas das atividades do evento, conhecer e partilhar experiências com os meus colegas de trabalho remoto. Esta é uma das coisas mais valiosas que tiro das minhas experiências de voluntariado: poder conhecer pessoas novas, partilhar experiências em regime residencial, enquanto faço o meu melhor para que elas se sintam bem e acolhidas no espaço.

O Miguel e Matilde são um casal de nómadas digitais, ou seja, trabalham online enquanto viajam e têm como missão ajudar outras pessoas a entrarem no mundo digital e tornarem-se também elas nómadas digitais.
Organizaram uma experiência de 4 semanas para trabalhadores remotos à qual chamaram Remote Tour Portugal, que tem como objetivo trabalhar, conhecer outros trabalhadores remotos, viajar e fazer atividades desportivas e lúdicas em conjunto, criando uma experiência em comunidade. A primeira semana desta experiência foi passada exatamente na quinta das Quatro Anas.

Se este tema do nomadismo digital e trabalho remoto te interessa, convido a visitares a página deles: https://www.travelb4settle.com/


4. O que mais gostei


Espírito de Serviço e de Missão

Gostei de várias coisas, desde a flexibilidade que tinha no horário das tarefas, ao facto de poder aprender várias coisas na quinta, mas o que me enterneceu mais foi mesmo o sentido de missão desta família. Esta quinta tem um grande significado para esta família, pela sua história de gerações, pela cultura e tradições que estão ali presentes e que são para serem honradas e perpetuadas no tempo, apesar do imenso trabalho e dedicação que exigem.

Falávamos há dias sobre a exigência deste trabalho de quinta e dos resultados que nem sempre são visíveis ou do tamanho daquilo que sentimos que entregamos. Por vezes, nos dias mais cinzentos, chega a parecer ingrato até. Mas rapidamente percebemos que é uma questão de amor, de serviço, de missão. Há coisas que fazemos sem uma razão lógica ou racional, mas simplesmente fazemos aquilo que deve ser feito, porque é esse o mundo que acreditamos e onde queremos viver. E que bom sentir que há tantas pessoas a dedicarem as suas vidas a algo maior!


5. As dificuldades que senti


Gestão do tempo online versus quinta

Confesso que no início, nalguns momentos senti stress por ter que dividir o tempo entre as minhas tarefas na Pure Portugal Holidays e o trabalho na quinta, porque nas duas primeiras semanas tivemos os nómadas digitais e hóspedes em Bed and Breakfast, mas felizmente tinha a possibilidade de fazer as tarefas na quinta de forma flexível, o que facilitou imenso!

Ainda assim eu tenho alguma dificuldade em misturar o trabalho com as viagens e com as experiências que vou fazendo. Se é verdade que o trabalho online nos permite estarmos em qualquer lugar, também nos permite estarmos "ligados" em qualquer lugar e isso interfere com as nossas experiências do dia-a-dia.
Lembro-me, por exemplo, do Detox Digital que fiz com a Offline Portugal. Nessa semana como não trabalhei online, estava a absorver a experiência de retiro a 100%, o que a tornou também muito rica sob o ponto de vista de desenvolvimento pessoal.
Aqui já não foi possível fazê-lo, pelo que tive que gerir os dois mundos.


A vida de um nómada digital não é só um mar de rosas!

A maior parte das pessoas gosta muito de viajar exatamente porque ao mudar de ambiente consegue desligar muito mais facilmente da sua rotina. Um nómada digital precisa de rotina para conseguir trabalhar em viagem. Por vezes é difícil, mas a rotina é estruturante. Mas essa procura de rotina em viagem retira a parte mágica e a ideia do "desligar" e de férias deixa de existir tal e qual percecionávamos e novas formas de fazer férias deverão surgir para continuarmos a ter esses escapes.
Obviamente que prefiro ter estas desvantagens, porque de facto gosto muito de trabalhar online e isso permite-me outra mobilidade, mas há coisas que também perdemos quando trabalhamos online e especialmente quando temos o nosso próprio negócio online.

Se este tema do nomadismo digital te interessa, eu vou escrevendo alguns artigos na secção Como é Ser Nómada Digital e fazendo alguns vídeos no meu Canal de YouTube na lista de reprodução Vida de Nómada Digital.


6. O que aprendi com esta experiência

Acho sempre muito importante fazer este exercício de tentar perceber o que aprendi com cada experiência, por mais pequena que seja. É este fechar de ciclo que nos permite de facto integrar as nossas aprendizagens e sairmos das experiências mais ricos. Caso contrário, trata-se apenas de mais uma experiência que irá cair no esquecimento, sem trazer aprendizagem efetiva para a nossa vida.
Por outro lado, é também uma forma de honrarmos o tempo que dedicamos às experiências, de devolvermos o que aprendemos à comunidade e de sermos gratos pelas oportunidades de crescimento que vamos tendo ao longo da vida.


Espírito de Serviço e de Missão

Como disse atrás, o que me ressoou mais nesta experiência foi o espírito de serviço e de missão. Se calhar porque estou numa fase da vida em que ando a trabalhar o meu propósito. E reforcei aqui a ideia de que para mim, o meu propósito, mais do que fazer uma ou outra atividade é de facto sentir-me útil e ao serviço duma missão maior. É estar onde é preciso a fazer o que é preciso, partilhando as aprendizagens dessa jornada em comunidade.

Essa é a razão da minha existência e é a servir e a cuidar onde me sinto realizada.



7. Outras experiências de trabalho e de voluntariado

Se te interessar saber mais sobre este tipo de experiências, convido-te a leres sobre a minha experiência de Detox Digital na Offline Portugal e outros artigos da secção Trabalhando e Voluntariando para o Desenvolvimento Sustentável. Lá vais poder ler sobre muitas outras experiências que já fiz pelo mundo fora, seja em regime de voluntariado ou de trabalho.


Beijinhos e abraços e sejam felizes!

Encontramo-nos na próxima história de desenvolvimento pessoal 😉


Raquel
Digital Nomad, Blogger, Traveller, House & Pet Sitter
OverTrail.com

Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.