março 29, 2020

Receita iogurte natural muito fácil


Há várias formas de o fazer e há quem use iogurteiras, etc. Eu faço da forma mais simples.

Receita

Compro o melhor leite (vegetal ou animal) e o melhor iogurte natural que encontrar e depois coloco 1 litro de leite a aquecer no fogão até ferver. Deixo arrefecer mais ou menos uns 10 minutos até o leite ficar a uma temperatura alta mas que dê para aguentar o dedo dentro do leite até 10 segundos sem me queimar.

De seguida passo o leite para um tupperware hermético de vidro e junto um iogurte natural e mexo.
Fecho e embrulho o tupperware em vários panos e cobertores e deixo-o a "hibernar" para o dia seguinte. Há pessoas que o colocam dentro do forno desligado de um dia para o outro e também dizem funcionar bem.

No dia seguinte abro e tem este aspeto da fotografia. Mexo com uma colher e levo ao frigorífico e está pronto a consumir. 
Super fácil!


Quando esta dose estiver a terminar, retiro um pouco do fundo deste iogurte (2 ou 3 colheres) para fazer o próximo com mais 1 litro de leite!


Dicas

- Pela minha experiência, deixar o leite ferver vai tornar o iogurte mais espesso. Se gostarem de iogurtes mais espessos podem usar leites mais gordos ou iogurte grego. Há quem também use agar agar.
- Arrefecer o leite posteriormente até à temperatura certa é importante, porque se o leite estiver demasiado quente mata as bactérias boas do iogurte e já não faz a reação pretendida.
Receita iogurte natural

março 26, 2020

Testemunho Viagem ao Vietnam

Olá! Venho falar sobre as expectativas que tínhamos em relação ao Vietnam e o que encontrámos, numa altura em que o mundo parou com a pandemia do coronavirus.

Para começar, encontrámos um país bem mais desenvolvido do que pensávamos e muito limpo!
Fomos muito bem recebidos pelos Vietnamitas, um povo muito despachado e que nos acolhe de braços abertos, quanto mais não seja para nos vender qualquer coisita 😂

Encontrámos um povo bem diferente dos que já tínhamos visitado na Ásia e diferente do que imaginávamos: muito ativo e bastante sociável, mais barulhento do que os países vizinhos e muito empreendedor, com muito bom olho para o negócio!


Percurso e lugares visitados
Estivemos cerca de 1 mês no Vietnam e visitámos apenas Hue, Hoi An e Danang. Pode parecer que visitámos pouco num mês, mas desde que somos nómadas digitais não temos pressa de visitar os locais a correr, mas usamos muito mais o "slow travel". Para saber mais sobre como é a nossa vida de nómadas digitais, acede às publicações no blogue Como é ser nómada digital.

Os nossos planos eram ficar um mês e meio no Vietnam, sendo que seria um mês em Hoi An e o restante tempo a viajar por outros locais, mas quando chegámos a Hoi An deparámo-nos com uma cidade encantadora, mas demasiado turística. Com muita gente e preços para turista. Ficámos uma semana e depois fomos para Danang, que foi uma agradável surpresa para nós. Embora pensássemos que Danang fosse uma cidade moderna, com turismo de praia e de noite e muitos nómadas digitais que gostam de festa, a verdade é que naquele momento pareceu-nos um destino mais calmo e mais local do que Hoi An e com preços muito mais acessíveis para uma estadia mais prolongada.
Também ao final de 2 meses a viajarmos pela Ásia já sentíamos a necessidade de assentar num sítio, trabalhar e descansar da viagem.
Tínhamos arranjado apartamentos com excelente relação qualidade preço, quando o coronavirus começou a atacar na Europa e a entrar em Portugal. Ainda estivemos a ponderar ficar até a onda passar, mas de facto já não fazia sentido ficar lá quando a família poderia precisar de nós em Portugal.
Para saber mais sobre a experiência de regresso a Portugal em plena pandemia e sobre outros sítios onde estivemos no Vietnam, acede aos artigos da secção Viagens Ásia: Vietnam.


Expectativas versus o que encontrámos e sentimos
  • As nossas expectativas
A nossa expectativa inicial era de ver muito mundo rural, tradições antigas, lugares e pessoas autênticas, por causa de alguns vídeos que tínhamos visto na internet anteriormente.
De facto encontrámos, mas não de uma forma tão fácil como imaginávamos.
  • Produção descentralizada, mais manual e menos industrializada
O que nos pareceu é que a produção é bastante descentralizada. Cada pessoa tem o seu próprio pequeno negócio, por isso precisam de estar todas muito próximas das estradas principais para poderem fazer negócio. Por esta razão vimos muitas técnicas tradicionais ainda a perpetuarem no tempo e reparámos que o sabor da comida era bastante bom em qualquer sítio que comprássemos. A produção nacional não nos pareceu muito industrializada ou mecanizada, mas feita sim em modo mais manual, o que também faz com que os preços não sejam tão baixos quanto esperávamos.
  • País em grande expansão: o Turismo
Por outro lado encontrámos um país em grande expansão, que está a ver o turismo como uma saída de ouro. Rapidamente percebemos o movimento de crescimento exponencial e aparentemente sem controlo das cidades e a influência do turismo já bastante presente.
Lembro-me do exemplo das senhoras que vendem fruta nos cestos tradicionais. Neste momento em Hoi An e noutros locais turísticos elas fazem mais dinheiro a venderem fotografias a transportarem os cestos do que realmente a venderem fruta... O que reflecte bem o impacto da nossa presença como turistas em cada sítio por onde passamos.

Gostámos imenso do "despacho" dos Vietnamitas, das ideias empreendedoras deles, principalmente no que toca ao turismo. A forma como conseguem observar os seus pontos fortes e de interesse turístico e "empacotar" essa sabedoria numa experiência que vende é simplesmente fantástica!

Porém, esta visão permanente de procura de negócio fez-nos sentir muitas vezes vistos apenas como um cifrão. E apesar de estarmos algumas semanas em cada sítio, fazermos compras no mercado várias vezes, etc, sentimos que nunca conseguimos passar a barreira de turista e começarmos a sermos vistos como alguém mais "local". O facto deles viverem muito dependentes do turismo nalguns locais altera muito a experiência e a forma como nos vêem. Sentimo-nos sempre muito bem tratados, mas constantemente numa relação comercial. Obviamente que em muitos outros países passamos mais despercebidos como turistas e na Ásia vê-se bem que não somos asiáticos e isso influencia em muito a experiência!
Mas a verdade é que também nunca consegui estabelecer uma relação mais próxima com um asiático. Penso que as culturas são tão diferentes das nossas, que seria preciso um longo tempo de adaptação e de conhecimento da cultura para conseguir integrar-me e ter uma relação mais próxima.
Um desafio a tentar numa próxima visita à Ásia :)
  • Zona Norte, talvez uma realidade diferente?
Porém, ouvimos dizer que a zona norte é bastante diferente e muita gente diz que é lindíssima! Provavelmente seria uma zona muito interessante para visitarmos, mas também era mais próxima da China e por causa do surto de vírus mantivemo-nos sempre longe.



Aprendizagens e Considerações finais
Embora tenhamos gostado bastante desta experiência de 3 meses a viajar pela Ásia, sentimos que começamos a ficar mais exigentes, a querer ver coisas mais diferentes, mais únicas, mais autênticas e cada vez é mais difícil isso acontecer, porque por um lado com a internet e a globalização o mundo está a tornar-se cada vez mais igual: as pessoas, as roupas, a arquitectura dos edifícios, etc. Por outro lado, já vimos mais coisas e por isso a busca pelo diferente torna-se também ela mais exigente.
O próximo destino a visitar será certamente pensado nesta lógica.

Outro pensamento que nos saltou imediatamente é que quanto mais viajamos mais valorizamos o nosso país, Portugal, que com uma área tão pequena consegue ser tão diverso e com uma cultura tão genuína presente ainda nas pessoas e nos edifícios!

março 24, 2020

Passaporte, um papel que nos dá acesso à Europa

Pela primeira vez tive receio de não conseguir regressar ao meu país, ou de me ser barrada a entrada noutros países, por variadíssimas razões.

Quando o avião aterrou e passámos a imigração em Dublin sentimos aquela sensação: "Ok, entramos na europa, estamos safos!"
Não pensei isto por causa do vírus. Na verdade o vírus parece estar muito mais controlado na Ásia do que na Europa. E no Vietnam ainda mais!
Mas sabíamos que entrando na Europa seria depois mais fácil conseguir chegar a Portugal, caso o voo seguinte fosse cancelado.


Entrar na Europa sempre foi um dado adquirido para nós. Somos europeus. E o que faz de nós legiveis para entrar é apenas um papel, o passaporte. Que nos dá acesso imediatamente a um conjunto direitos e de regalias.
De repente lembramo-nos dos milhares de pessoas que esperam por um papel para poderem entrar na Europa e iniciarem uma vida digna e sem guerra.
E sentimo-nos ligados...

O melhor de passarmos dificuldades é mesmo a riqueza que elas nos podem trazer: sentirmo-nos vulneráveis e pormo-nos no lugar de tantas outras pessoas que passam o mesmo ou semelhante. Isso faz-nos ter mais compaixão pelo outro.
Acredito que a humanidade também irá crescer com esta dificuldade que estamos a atravessar no momento. Que assim seja 🙏


março 23, 2020

Aeroportos, como senti que me estavam a proteger do vírus

Têm-nos perguntado que ações estão a ser tomadas nos aeroportos.
À medida que fomos saindo do Vietnam parece que fomos ficando cada vez mais desprotegidos. Até chegarmos a Dublin.

No voo interno no Vietnam tivemos que assinar um termo de responsabilidade em como não apresentávamos qualquer um dos sintomas ligados ao vírus e mediram a temperatura a todos os passageiros do avião em que voamos, companhia vietnamita. Ninguém podia entrar no aeroporto sem máscara.


Quando entramos nesse voo ofereceram-nos desinfetante para as mãos e água. À saída do voo entramos para um bus, que tinha televisões a mostrarem um vídeo com os procedimentos de desinfecção que fazem aos autocarros para a prevenção da propagação do vírus.

Entrando no Dubai percebemos que o uso das máscaras não é obrigatório. Não vi qualquer placard informativo sobre o vírus ou de como lavar as mãos, etc.
Os voos Ho Chi Min - Dubai e Dubai - Dublin foram completamente cheios, com pessoas a tossirem e claramente doentes, e muita gente sem máscara. Não houve qualquer controlo sanitário. Aparentemente tal e qual os procedimentos normais.

À chegada a Dublin apercebemo-nos duma gestão deste fenómeno um pouco diferente.
Ninguém andava com máscaras, mas havia vários funcionários a gerirem a fila e a obrigarem distância. Nos balcões de imigração não tocavam nos nossos passaportes nem em nada nosso. Nós tínhamos que colocar o passaporte de forma a que eles conseguirem ver a informação.

À chegada a Portugal pediram a nossa identificação e dados pessoais e disseram-nos que teríamos que ficar de quarentena.

Apesar de saber que corria muitos riscos nesta viagem e daí termos pensado muito se deveríamos vir ou não, nunca pensei que houvesse tanta falta de proteção aos passageiros e tripulação. Estivemos completamente entregues à bicharada...

Vamos esperar agora que a nossa quarentena seja pacífica e não nos traga chatices. Estaremos atentos aos sinais!

março 22, 2020

A viagem para Portugal em plena pandemia do Coronavirus

Depois de mais de 2 meses a viajar com cuidados diários reforçados (o vírus já cá andava à solta bem antes de entrar em Portugal), a ideia de nos pormos a viajar agora é mesmo muito louca. Já não tinha ideia de estamos tão próximos das outras pessoas num avião. É assustador!

Os aviões para o Dubai e para Dublin foram super lotados! E a ideia de passar 7h e mais 8h30 a respirar ao lado de alguém que não conheço e não faço a menor ideia se tem o vírus mete muito medo. A ideia de que eu possa estar infetada e a propagar para outros é igualmente assustadora... Por isso usamos sempre a máscara.


Trouxemos o nosso kit diário com máscaras, luvas, desinfetante para mãos e boca e água para nos ajudar a proteger a nós e os outros. Achei que este lenço também me poderia ajudar a proteger os ouvidos e olhos.

Os voos turísticos têm mesmo que acabar por agora e arranjarem-se outras alternativas para as pessoas regressarem a casa. É demasiada falta de controlo da proximidade. O pânico das pessoas regressarem a casa está a lotar os aviões nestas rotas e a fazerem-nas correrem mais riscos. Já não estava tão próxima de um desconhecido há muito tempo. É muito desconfortável!
Na rua conseguimos controlar muito melhor, atravessando a rua, mantendo distância sempre de alguns metros.

Como o primeiro voo estava lotado não conseguimos lugar juntos. Fomos nos lugares do meio... A minha parceira do lado era holandesa e veio passar umas férias e estava de regresso a casa. Contou-me que na ida para o Dubai foi num avião onde uma pessoa ia infetada e por isso passou as férias fechada de quarentena. O último dia de quarentena foi ontem e conseguiu regressar agora. Eu só pensava "Ó meu Deus, onde eu me vim meter..."
Consegui convencê-la a trocar de lugar com o Daniel para virmos juntos e assim foi.


Conseguimos finalmente chegar a Portugal 32h depois de termos saído do Vietnam!
E soube agora mesmo que a nossa companhia aérea vai suspender todos os voos a nível mundial entre 25/3 e 30/6. Ainda bem que viemos a tempo!

E acho que o fizemos, porque tivemos várias pessoas a ajudarem-nos incansavelmente. Desde a companhia aérea, ao meu primo na Agência Abreu, aos nossos amigos que nos iam pondo a par das notícias que podiam ter implicações nos nossos voos, às minhas primas que tanto apoio emocional me deram nestes últimos dias e a todos vocês que colocaram um pouco da vossa energia para torcerem por nós.
Tudo isso fez-me dar a confiança de que poderia avançar e de que tudo iria correr bem.
Por isso muito obrigada por vos ter sentido ao nosso lado 💗


Queria ainda dizer que estou muito contente por termos feito esta viagem com a Emirates. Um atendimento no geral muito bom, com empatia, na tentativa personalizada de satisfazer as necessidades de cada cliente mesmo em situação de crise, e estando eles a trabalharem em call center todos juntos, sujeitos também a contraírem o vírus.
Permitiram-nos alterar os nossos voos umas 5 ou 6 vezes nos últimos dias, face também às alterações e restrições que foram aparecendo e "foram-nos buscar" à nossa cidade no Vietnam através duma outra companhia aérea vietnamita em vez de termos que voar para Bangkok por nossa conta e vieram "entregar-nos" a Dublin em vez de Portugal, pelo facto de não terem tido permissão para voar no espaço aéreo.
Isto tudo para que tivéssemos um bilhete único e minimizássemos assim o risco de ficarmos retidos a meio da viagem.
A partir de Dublin a responsabilidade foi nossa e optamos por voar com a Ryanair. Mais 3 dias e a Ryanair deixará de voar por tempo indeterminado. Just in time!

E finalmente chegamos a terra lusa!

Andaremos em modo de quarentena durante as próximas semanas. Longe de tudo o que se mexe para garantir a segurança de todos 🙏

março 20, 2020

Regresso inesperado a Portugal

Após vários dias numa ansiedade gigante, decidimos arriscar e voar para Portugal nesta altura de caos.
A decisão não foi nada fácil para mim. Há muitos fatores que me fazem querer ficar por cá enquanto a situação não estabiliza em todo o mundo: a probabilidade de ficarmos bloqueados num país pior, de apanharmos o virus, de contribuirmos para a sua propagação, de à chegada a Portugal nos depararmos com um país de quarentena que não reconhecemos, de termos que ficar de fechados quando aqui andamos a céu aberto, de calção e chinelo no pé. Por outro lado, não me consigo imaginar do outro lado do mundo pensando que o meu pai pode ficar doente.
Regressar sim, mas nunca sem a segurança de chegar ao destino, era o meu lema.


Tentei ouvir muitas vezes a voz do meu coração, mas com tanto ruído fica difícil saber o que é melhor fazer.
Sinto que um lado de mim pede a sensatez de ficar e saber esperar, do outro a minha razão e necessidade de controlo e culpa pedem-me para regressar.
Esclarecidos estes sentimentos dentro de mim, decidi que já que fizemos tudo para conseguirmos fazer esta viagem de regresso a Portugal, agora está na hora de confiar que é a decisão acertada do momento, funcione ela ou não da forma como gostaria.

Caso não consigamos sequer sair do Vietnam, voltaremos para trás em paz e alugaremos uma casa ao mês. Caso consigamos sair do Vietnam espero que consigamos chegar ao Dubai e seguir para Dublin. E em Dublin que consigamos apanhar o voo para Portugal. Se alguma destas etapas nos fizer parar no percurso ficaremos mais sábios e mais fortes e criaremos empatia e ligações fortes com pessoas por todo o mundo que estão a passar pelo mesmo. Será mais uma aventura nas nossas vidas, que nos enriquecerá como pessoas.
Há milhares de pessoas a sentirem o mesmo que nós, não estamos sozinhos.

Chega agora o momento de entregar nas mãos dos nossos deuses, desejando que tudo nos corra pelo melhor.

Amanhã ao final da tarde estaremos a aterrar em Portugal se Deus quiser 🙏


março 13, 2020

A situação do Coronavirus no Vietnam

Tenho tentado não falar muito sobre este assunto nas redes, mas partilho agora um pouco do que temos vivido nestes últimos dois meses, a viajar constantemente na sombra deste novo vírus.
A fotografia que vêem neste post foi tirada de um vídeo que fizemos ontem na estrada, quando estávamos a passar por esta criança na rua, que tapou a cara com medo que a infectássemos com o coronavirus. Dá que pensar...

Dada a nossa proximidade da China desde Janeiro, a Tailândia e o Vietnam foram logo dos primeiros países a terem pessoas infectadas.
Chegámos ao Vietnam há cerca de 3 semanas e ainda apenas 16 pessoas tinham sido infectadas pelo novo vírus. Soubemos que logo no início o Governo conseguiu literalmente expulsar todos os chineses do Vietnam em tempo record e estava tudo calmo, embora a sombra do vírus estivesse sempre a acompanhar-nos. Este número de 16 infectados manteve-se por 3 semanas, até que um casal de ingleses, infectado por uma vietnamita num avião, veio para o Vietnam e espalhou por várias pessoas em vários pontos do país. A chama do fogo voltou a reacender e neste momento vai em cerca de 40 pessoas infectadas, um número idêntico ao de Portugal no momento.

A resposta do paísAqui as escolas estão fechadas há muito tempo e vários negócios fechados, especialmente ligados ao turismo. Os hoteis estão a preço dado, porque os turistas foram-se embora e não vêm novos turistas. Vemos por cá essencialmente estrangeiros residentes ou nómadas digitais.
Aquilo que posso partilhar é que o Governo tem sido muito proativo, a população está com receio mas acata muito bem as indicações dos responsáveis e as decisões são rápidas e aparentemente eficazes. Apesar da controvérsia em relação ao uso das máscaras, aqui quase toda a gente as usa! Também porque já faz parte da cultura e as máscaras aqui servem há muito tempo para proteger dos fumos, especialmente quando se anda de mota.
Aqui este vírus parece ser levado a sério e penso que também é por isso que parece estar relativamente controlado. A população orgulha-se disso e orgulha-se das medidas tomadas pelo Governo. Às vezes é preciso uma boa mão de força!
O calor começa a apertar, hoje a mínima foi de 24C e a máxima de 32C, e pensa-se que o vírus não deva resistir por muito mais tempo por estas bandas. Assim o esperemos!

Repercussões na interação localA nossa interação com os locais tem mudado um pouco, como é normal. Eles chamavam por nós na rua e agora alguns fogem e têm receio, porque nós representamos uma ameaça no olhar de muitos deles. Não os recrimino, eu faria o mesmo, e aliás faço o mesmo junto de outros estrangeiros. Não sei de onde vêm, para onde vão, que cuidados têm. Não me chego a ninguém. E não chegar a ninguém neste momento é o melhor que podemos fazer por todos!
Conforta-me imenso estarmos em Danang neste momento, muito próximos de um casal de amigos Portugueses que vivem cá, nómadas digitais.

Cuidados redobrados há 2 meses a viajarÉ imaginar que todo o nosso corpo, a partir do momento em que sai de casa, está imundo. E evitamos tocar noutras pessoas ou coisas, mãos nas maçanetas das portas, corrimões, etc. É como jogarmos um jogo de volei com os pés ou com os cotovelos!
Pode ser um bom treino utilizarmos outras partes do nosso corpo!

Dever de cidadaniaQueria ainda dizer que por nós e por todas as pessoas que possamos vir a contagiar e que irão contagiar outras pessoas, devemos ser responsáveis. Vi imagens duma multidão na praia em Portugal que me deixou aterrorizada...
O meu pai está em Portugal, tem quase 70 anos e sinto esta irresponsabilidade como um crime!
73% do contagio é feito por família, por isso o mais importante é mesmo ter estas precauções principalmente com a família!

Mais uma vez, o mundo é de todos. Se calhar é mesmo isto que este vírus nos quer ensinar, afinal de contas...
Aproveitemos a quarentena para fazer um exercício de retiro, que se calhar nunca tiveram a oportunidade de fazerem antes! Tal como eu deixei de roer as unhas porque não podia meter as mãos à boca, há muitas outras coisas a aprender com esta oportunidade! Esta é uma excelente ocasião para pararmos e nos organizarmos!

Se quiserem ver o vídeo que acabei de publicar, falo um pouco mais sobre esta situação, que nos está afectar a todos, em todo o mundo: https://youtu.be/gpWQcMA80KE

março 12, 2020

Para a minha companheira de caminhada

Nos últimos anos, Raquel, viajaste por Portugal e pelo mundo, percorreste muitos quilómetros de distância, alguns na tua casinha ambulante, com o teu companheiro de vida.
Conheceste muitos lugares, muitas pessoas, observaste muito à tua volta, aprendeste muito sobre ti e sobre os outros, enquanto lidavas com diferenças que unem e semelhanças que separam.
Eu fiquei nesta minha casa, fixa à terra que é o meu berço e ao país que é a minha paixão. Fiz viagens interiores, de muitos quilómetros de distância. Não viajei horizontalmente, mas verticalmente, para as profundidades do meu coração e as alturas da minha alma. Regressei ao corpo, regressei a mim.

A distância física entre nós e o facto de estarmos em momentos tão diferentes da vida não nos impediu de acompanharmos o percurso uma da outra, às vezes com maior proximidade, às vezes com maior afastamento. Como não nos impediu de partilhamos as nossas dúvidas e alegrias, os nossos desafios e as nossas dores, e de nos apoiarmos, na medida daquilo que cada uma podia dar de si, em cada momento, potenciando a aprendizagem mútua.
Aprendemos a respeitar e apreciar as nossas diferenças e singularidades e a reconhecer a nossa humanidade partilhada, a mesma que está na base desta criatividade pessoal que nos torna únicas e especiais.

Hoje é o teu aniversário e o mundo vive suspenso na incerteza do amanhã. Que encontremos as certezas nos laços que nos unem enquanto humanos, na esperança dos sonhos que teimam em florescer em tempos de crise e na visão de uma vida guiada pela alegria e pelo amor.

Esta é uma foto da última vez que estivemos juntas. Estavas com uma gripe que não pegaste a ninguém. Até ao teu regresso. Que nessa altura, em Portugal, estejamos todos seguros o suficiente para nos voltarmos a reunir presencialmente.

Um longo abraço para ti, Raquel, que, neste momento, tem mesmo de ser virtual... Tem um dia feliz e continua a espalhar sorrisos e a inspirar sonhos!
Gratidão à vida por te ter posto no meu caminho.

Cristina Leite, 12 março 2020


março 11, 2020

Herbs Village, inspiração para propósito de vida!

Olá, bem-vindos! Uma das coisas que mais admiro no turismo do Vietnam é a forma criativa como conseguem "empacotar" uma experiência.
Estivemos na Herbs Village, na Pottery Village (artesanato), que no fundo são aldeias nas quais a população se especializou num determinado saber e convida a partilha-lo com o público, oferecendo também uma experiência ao turista. 

De repente senti-me tão ligada ao meu propósito de vida! É muito similar ao meu projeto de sonho, no qual uma comunidade une esforços para viver e partilhar uma forma alternativa de vida. 

Neste vídeo falo um pouquinho desse meu sonho e de como me inspirou no meu próprio projeto de vida. 

Beijinhos e abraços e encontramo-nos na próxima história!



março 10, 2020

Hoi An, Um acordo interessante para manter o património

Olá! Depois de termos visitado várias casas antigas e locais de interesse histórico em Hoi An fiquei muito curiosa por saber quem paga para manter estas estruturas e como é feito esse acordo com o Governo. Como não tenho papas na língua perguntei a uma família, que me explicou como funciona. No vídeo partilho o que me explicaram.

Beijinhos e abraços e encontramo-nos na próxima história!


março 07, 2020

Festival da Lanterna de Hoi An em pleno coronavirus

O Festival da Lanterna de Hoi An acontece todos os meses, em plena lua cheia.
Sendo Hoi An uma das cidades mais bonitas e charmosas do Vietnam em condições normais, nesta noite do mês torna-se ainda mais encantadora, por isso queríamos muito visita-la novamente. Em condições normais, nesta noite do mês Hoi An está completamente cheia de gente, mas este ano foi muito diferente por causa da presença do coronavirus no país. 
Sem dúvida tivemos direito a uma experiência completamente única: assistir ao festival da lanterna com poucas pessoas. 
Este festival é conhecido pelo ambiente que se cria à volta das lanternas coloridas ao longo do rio, nas casas. Há um momento em que desligam todas as luzes e ficam acesas apenas as luzes das lanternas. É encantador! 

Estando a pernoitar em Danang, em menos de uma hora de autocarro conseguimos pormo-nos lá. Combinámos ir jantar com os nossos amigos João e Sara do No Footprint Nomads. Para quem não sabe, este casal de amigos Portugueses está a viver neste momento em Danang. São nómadas digitais e uma referência no que toca a viajar com uma pequena pegada ecológica. Para quem quiser conhecer mais sobre eles, aqui fica o site: https://www.nofootprintnomads.com/ 

No regresso a casa alugámos um taxi e sabem o que nos aconteceu? A estrada onde circulávamos tinha sido tomada por um racing clandestino e quando demos conta estavam carros a ultrapassarem-nos em alta velocidade, em plena corrida. O motorista do taxi tentava-nos explicar em Inglês o que estava a acontecer, cheio de entusiasmo. Passados alguns minutos vimos a polícia a chegar. 
É surpreendente como o povo vietnamita é tão latino e tão diferente daquilo que absorvemos da cultura de outros países asiáticos que visitámos, como a Tailândia ou a Birmânia...


março 06, 2020

Eco Green Hub

--- ENGLISH BELOW ---
Olá, bem-vindos! Durante o nosso passeio a Hue encontrámos esta loja "verde", que vende produtos biológicos, produtos de artesãos da zona, faz workshops reutilizando e reciclando materiais. E tem ainda uma zona para tomar o maravilhoso café vietnamita!
É sobretudo uma loja eco-friendly e o objetivo principal é aumentar a consciência do consumo responsável e da produção sustentável, para a conservação da biodiversidade.

Se alguém quiser contribuir com ideias, serão muito bem-vindas!

Para saber mais sobre a Eco Green Hub:
A página de facebook: https://www.facebook.com/hueecogreen/
Endereço de email: ecogreenhub19@gmail.com

Beijinhos e abracinhos e encontramo-nos na próxima história!

Raquel & Daniel
Digital Nomad, Blogger, Traveller, House & Pet Sitter
https://overtrail.com


--- ENGLISH VERSION ---
Hello, welcome! During our trip to Hue, we found this "green" store, which sells organic products, products from local artisans, runs workshops reusing and recycling materials. And there is also a coffee shop area to have the wonderful Vietnamese coffee!
It is an eco-friendly store and the main goal is to increase awareness of sustainable production, responsible consumption and linkages to biodiversity conservation.

If anyone wants to contribute to this project with ideas, they are most welcome :)

To learn more about the Eco Green Hub:
The facebook page: https://www.facebook.com/hueecogreen/
Email address: ecogreenhub19@gmail.com

Kisses and hugs and see you in the next story!

Raquel & Daniel
Digital Nomad, Blogger, Traveller, House & Pet Sitter
https://overtrail.com


PORTUGUESE AND ENGLISH SUBTITLES

março 05, 2020

As ruas sem saída...

Embora pareça sempre que as ruas sem saída são uma perda de tempo - oops, enganamo-nos e agora temos que voltar para trás - a verdade é que muitas vezes têm boas surpresas para nós. Como se fôssemos premiados por termos confiado que em cada lugar e em cada passo da nossa vida temos algo a aprender, mesmo que depois tenhamos que voltar para trás...


março 04, 2020

Hue, Antiga Capital do Vietnam UNESCO

Estamos agora no Vietnam e a nossa primeira paragem é em Huế.
A Cidade Imperial de Huế é uma fortaleza muralhada e palácio na antiga capital do Vietnam.
Em 1993 foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade!
Gosto particularmente das madeiras trabalhadas e das cores. Muito bonito!


Fizemos vários vídeos no canal de YouTube, para quem quiser acompanhar.
O nosso primeiro vídeo é no mercado: https://youtu.be/TBpEWb-Zi4k
Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.