fevereiro 16, 2017

A minha experiência na Iniciativa de Transição de Linda-a-Velha

Após o Encontro Nacional de Transição em Lagos, segui rumo a Linda-a-Velha, para passar uma semana a conhecer a iniciativa de Transição desta localidade.

Esta iniciativa foi das pioneiras em Portugal. Nasceu em 2010, após uma reunião da iniciativa vizinha de Telheiras onde duas pessoas ficaram motivadas e colocaram mãos à obra para construir uma localidade mais justa e comunitária.

Esta iniciativa conseguiu gerar uma cooperação em rede, e criar:
  • Um Centro Comunitário, onde acontecem, a custo reduzido, aulas de dança, terapias, ensino doméstico, e outras atividades para a população de Linda-a-Velha. Neste momento, no centro já se vendem cabazes semanais de produtos hortícolas diretamente dos produtores da PROVE para mais de 100 famílias.
  • Educação Alternativa. A Florescer é um projeto de educação global que utiliza a natureza para proporcionar às crianças uma aprendizagem mais efetiva e holística.
  • Mais recentemente uma Quinta Pedagógica e Comunitária, onde a população de Linda-a-Velha poderá ter um canteiro individual e uma zona de horta comunitária, fazer eventos, ações de educação ambiental, etc.
  • Mercado Cultural e Social
  • Redes de cooperação com a Escola, com ações de sensibilização ambiental, introdução de novos paradigmas na educação e ainda a instalação de painéis solares numa das escolas, através da cooperativa Coopérnico.    
Ação de sensibilização da ClimAdaPT.Local

Este é um trabalho acima de tudo de confiança e proporcionar autonomia à comunidade. O trabalho com outras entidades, nomeadamente autarquias e junta de freguesia é imprescindível. 
O Mercado Cultural e Social assim como a Quinta Urbana e Pedagógica tornaram-se possíveis através do financiamento de orçamentos participativos.

O que esta experiência me trouxe?
Penso no quão importante foi esta semana em Linda-a-Velha para o meu percurso como pessoa e cidadã do mundo.
Identifico-me imenso com a forma de trabalho que pude observar desta iniciativa. Esta experiência abriu-me novas janelas em termos da forma como percebo os projetos e como quero vir a intervir na Transição. É, sem dúvida, um excelente exemplo a conhecer!

Tenho tido a ideia de participar num projeto deste género numa aldeia desertificada do país, mas ver isto a acontecer em grande escala numa cidade é deveras inspirador! E com um impacto brutal!

E aquilo que mais me fica desta experiência é a constatação de que tudo começa pelo ato mais simples de todos, que é começarmos a fazer pequenas coisas no nosso dia-a-dia, no sítio onde vivemos. Começa no nosso bairro, nas pessoas que encontramos todos os dias.

E é esta a diferença no mundo que também quero ser e fazer :)


Agradecimentos
Grata pela inspiração e amabilidade do Fernando Oliveira e família, que me acolheram como “vizinha” no seu espaço de vida e projeto.

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Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.