junho 07, 2016

Tertúlia: Faz-te ao teu Sonho

Ilustração de Luísa Costa


No sábado passado participei em mais uma atividade promovida pelo Faz-te à Vida. Desta vez um encontro informal, facilitado pelo Pedro Portela, sobre uma ferramenta que tem como objetivo transformar sonhos em realidade, e que se chama Dragon Dreaming, ou o sonho do dragão. 
Este conceito teve origem na Austrália, e surgiu pelo facto de se ter constatado que existe uma grande percentagem de sonhos que não se viabilizam.
Esta tertúlia foi inserida no ciclo de apresentação do Centro para a Vida Sustentável, nas instalações da Boa Safra - Eco Home Design.



Ponto de partida: Tornar o sonho individual em sonho coletivo 

Percebemos que o sonho nasce da ideia de um indivíduo. Porém, sozinho por vezes é difícil concretizar grandes sonhos, por isso é importante tornar estes sonhos individuais em sonhos coletivos, que serão sempre diferentes do primeiros. Então, logo como ponto de partida para o sucesso da concretização de um sonho é importante que o sonho individual tenha que morrer, para dar lugar ao nascimento de um sonho coletivo, da equipa. Este é um grande primeiro desafio, que condena muitos sonhos ao fracasso… 

Torna-se crucial trabalhar a questão do ego, do desprendimento, da colaboração, como pontos chave para evolução para o nível seguinte.




Símbolo do Dragão: No nosso maior medo está a nossa maior força 

Na cultura europeia e asiática, o dragão representa o “nosso maior medo”, por isso aqui o desafio é, através destas ferramentas e processos encontrarmos ao nível individual e coletivo qual é o nosso maior medo, porque é aí onde reside também a nossa maior força… 

É interessante quando percebemos que aquilo que evitamos é exatamente aquilo que precisamos de resolver para prosseguirmos. E o que constato é que sempre que fugimos de algo, mais cedo ou mais tarde virá ter connosco novamente, a pedir que foquemos a nossa atenção na sua resolução.
A fuga leva-nos sempre até nós e disso não podemos fugir...



Esta ferramenta assenta em 4 fases:
1) Sonhar – é preciso ter os sonhos, pois são eles que nos guiam no processo
2) Planear – é importante elaborar um plano em direção à concretização dos objetivos
3) Fazer – a ação, concretização das tarefas
4) Celebrar – esta é a fase que mais organizações se esquecem e é das mais importantes. Celebrar não significa necessariamente “irmos todos para os copos”, mas sim fechar um ciclo. É pensar no que correu bem, no que poderia ter corrido melhor, no impacto que o projeto teve para o mundo e para mim, é reconhecer o esforço e o trabalho. É um momento de paragem, que nos permite inspirar e sonhar novamente, abrindo um novo ciclo…

É frequente não darmos a mesma atenção a todas as fases. Alguns de nós gostam mais de sonhar e andar nas nuvens, outros gostam é de coisas concretas e de pôr as mãos na massa, outros gostam mesmo é de fazer planos e organizar, e outros gostam é de reunir pessoas e promover a união. Exatamente pelo facto de haver esta variedade de personalidades é que é importante tornar este sonho coletivo. Vamos poder ter pessoas diferentes a liderarem fases diferentes, o que torna o processo mais rico para todos.
Porém, esta diversidade traz às vezes um fosso na comunicação entre as diferentes personalidades: pessoas que têm as ideias e as pessoas que as concretizam, e/ou até com as pessoas que gostam é de celebrar e que muitas vezes o seu papel nas organizações é visto como um papel menor… Mas na verdade, cada um destes quadrantes deverá receber exatamente a mesma atenção e valor (digo orçamento), pois é nesta harmonia que se dá o sucesso de um projeto.



Pode ser aplicada às empresas, mas também ao nosso dia-a-dia e até ao ciclo da vida
Baseada na Teoria dos Sistemas Vivos, esta ferramenta pode ser aplicada nas empresas, mas também no nosso dia-a-dia, desde que sonhamos durante a noite, até que acordamos e planeamos o nosso dia, concretizamos ações, e refletimos um pouco antes de dormir, e de voltar a sonhar. Isto também acontece nas diversas fases da nossa vida: quando somos crianças sonhamos imenso, crescemos e fazemos imensos planos daquilo que queremos ser e fazer. Depois entramos no mercado de trabalho e concretizamos alguns desses planos e outros não. E chegamos ao final da vida, fazendo uma avaliação de como tudo foi.



A questão educativa: preparados para liderar e cooperar?
Demos conta de como dificulta este processo o facto de sermos educados para sermos liderados. Esta atitude mais passiva tem sido alterada ao longo dos anos, no entanto demora ainda algum tempo até que consigamos ser elementos mais ativos e responsáveis na co-criação de novas soluções.
Os problemas do mundo pedem capacidade de inteligência coletiva, baseada, portanto, numa atitude mais cooperativa do que competitiva. 

E é neste sentido que o Projeto Faz-te à Vida pretende trabalhar com os jovens: prepara-los para o mundo do futuro, que é o mundo da colaboração! 

É imperativo refletir em conjunto sobre o que é a co-criação!


Grata ao Pedro Portela pela facilitação deste encontro e pela fantástica ilustração de Luísa Costa. Para conhecer melhor o trabalho desenvolvido por eles poderá visitar o site: http://oelefantenasala.pt/

Para mais informações por favor aceder à página do Faz-te à Vida.
Para aceder a este evento no facebook, por favor clicar aqui. 
http://oelefantenasala.pt/
Ilustração de Luísa Costa

Related Articles

0 comments:

Enviar um comentário

Raquel Ribeiro. Com tecnologia do Blogger.